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DEVORA: São Paulo recebe monólogo sobre transtornos alimentares com uma pitada de humor ácido

Protagonizado por Fefê Marques, atriz e dramaturga, espetáculo nasce para enaltecer a diversidade e pluralidade de corpos e alertar as mulheres sobre os perigos de comportamentos que afetam a saúde física e mental


Créditos: Cristiano Pepi


Anorexia, compulsão alimentar e bulimia. Esses são alguns dos temas centrais do monólogo que estreia em São Paulo no dia 20 de março, no Teatro Espaço Elevador. Escrito e protagonizado por Fefê Marques, com Direção de Vanise Carneiro, o espetáculo Devora aborda os distúrbios psíquicos e sociais desenvolvidos por uma mulher que sofre um transtorno alimentar, desdobrando questões aparentemente pessoais para o campo sócio-político. 


Com uma trilha sonora tipicamente brasileira e tendo o humor como pano de fundo, Devora aprofunda de forma ácida e irônica os espaços de fome que foram reservados às mulheres desde o início da Idade Moderna, mostrando como o corpo feminino, agora livre, reivindica seu lugar e expõe as crenças incrustradas no imaginário de uma geração que fez do seu próprio corpo um campo de batalha.   


Durante os 55 minutos de espetáculo, Fefê une autobiografia e ficção para trazer, através de uma linha do tempo que entrelaça momentos históricos – como a Idade Média e Revolução Industrial, com foco no silenciamento e nos padrões de comportamento servil -, relatos biográficos e de mulheres que foram acometidas por algum transtorno.  


“A encenação apresenta um corpo colapsado, que em diferentes momentos precisou se encaixar nos padrões de comportamento e trabalho para garantir sua sobrevivência”, comenta Fefê. “A partir da temática dos transtornos alimentares e da dismorfia da imagem, esse projeto alerta para os perigo de comportamentos, ditos saudáveis, que colocam a forma à frente da saúde física e mental”, complementa.


Créditos: Cristiano Pepi


Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, estima-se que mais de 70 milhões de pessoas no mundo sejam afetadas por algum transtorno alimentar. E, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 10 milhões de brasileiros sofrem de alguma compulsão ou transtorno. As mulheres são as maiores vítimas desses distúrbios, sendo a anorexia em maior incidência no público de 12 a 17 anos, a bulimia mais presente no início da vida adulta e a compulsão durante todas as fases da vida adulta.


O espetáculo solo Devora reúne teatro, performance, dança e recursos audiovisuais a partir de um texto não linear que retrata os diferentes modelos de corpo ideal ao longo do tempo. Corpo esse que é reprimido e se molda para caber em espaços pequenos, fazendo com que suas subjetividades desapareçam. 


“Comecei a escrever esta peça em 2019, com a ajuda de grandes amigos e profissionais do meio artístico que acreditaram e abraçaram a minha ideia. Hoje, Devora estreia em São Paulo sem o apoio de nenhum edital, mas com a missão de conseguir abordar um assunto tão sério e importante através da arte, de forma densa e bem-humorada. Nosso corpo sempre foi atacado e diminuído. Agora é a vez de dar o protagonismo para ele e deixá-lo contar essa história”, finaliza Fefê. 


O corpo como campo de batalha


Além da peça, Fefê Marques vai promover um espaço de troca e informação sobre os riscos para saúde física e mental da convivência com os transtornos alimentares e alerta de gatilhos e enaltecimento da diversidade e pluralidade dos corpos com a presença de psicanalistas especialistas em transtornos alimentares. 


Essa mesa de conversa para falar sobre o corpo hiper estimulado será realizada após duas sessões, nos dias 27 e 28 de março. No primeiro dia, serão tratados assuntos que refletem sobre os mecanismo de controle do corpo desde o início da acumulação primitiva, assim como a sua identificação com as máquinas, dando ênfase em quais são as consequências físicas e mentais para um corpo que se enxerga a partir da lógica do controle e do auto rendimento


Já no segundo dia, a conversa será sobre a procura cada vez maior por procedimentos estéticos e quais são as possíveis consequências a longo prazo dessa prática para a dismorfia corporal, tendo como gancho o fato de que a procura por procedimentos está cada vez mais precoce, e que isso releva sobre como lidamos com o processo de amadurecimento dos corpos.


SERVIÇO:

  • O quê: Espetáculo Devora

  • Quando: 20.03 a 04/04 (quartas e quintas-feiras)

  • Onde: Teatro Espaço Elevador

  • Classificação: 16 anos

  • Ingressos: Sympla

Ficha técnica

  • Atuação e Dramaturgia: Fefê Marques

  • Direção: Vanise Carneiro

  • Dramaturgismo: Carol Pitzer

  • Cenário e Figurino: Carol Reissman e Bia Pieratti

  • Iluminação: Thatiana Moraes

  • Trilha Sonora: Felipe de Paula

  • Vídeo Mapping: Carol Costa

  • Coreografia do Funk: Leandro Vieira

  • Adereços: Fernanda Frate e Bruno Mazzarro

  • Fotos: Cristiano Pepi

  • Design gráfico: Karen Cardoso - KGC ART

  • Social Media: Vívian Salva

  • Psicólogo orientador Bate Papo: Bruno Lima

  • Assessoria de Imprensa: Leandro Simões

  • Direção de Produção: Mariana Leme

  • Influência: Mosaico

  • Realização: Cia Teatro Líquido 


SINOPSE

DEVORA é o novo espetáculo da Cia Teatro Líquido que aborda os distúrbios psíquicos e sociais desenvolvidos por uma mulher que sofre um transtorno alimentar, apresentando de forma ácida e com uma pitada de bom-humor os espaços incômodos que foram reservados às mulheres desde o início da Idade Moderna, e que, agora, tendo consciência de que seu corpo é livre, reivindica seu lugar e expõe crenças incrustradas no imaginário de uma geração que fez do seu próprio corpo um campo de batalha. Com Direção de Vanise Carneiro, Fefê Marques, Atriz e Dramaturga, traduz através da arte, em suas mais variadas formas, histórias autobiográficas e de outras mulheres que foram acometidas por distúrbios alimentares e ignoraram, por muito tempo, riscos à saúde em busca de um corpo magro.  


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