Depois do sucesso de "O Homem Invisível "(2020), a Blumhouse parecia pronta para reviver os monstros clássicos da Universal com uma pegada moderna e cheia de tensão. Infelizmente, "Lobisomem" tropeça feio nessa missão.
Christopher Abbott, com todo o seu olhar intenso e talento para interpretar personagens torturados, faz o que pode como Blake Lovell, um pai de família preocupado com a raiva que carrega por dentro. Mas o filme, dirigido por Leigh Whannell, parece mais interessado em fazer terapia familiar do que em assustar alguém.
A história até começa bem, com flashbacks da infância de Blake, onde ele é criado por um pai rígido (Sam Jaeger) que o ensina a sobreviver em uma floresta que contém algum animal perigoso. Avance para os dias atuais, e Blake está tentando ser um pai melhor do que o seu, enquanto lida com uma transformação monstruosa. É uma boa ideia no papel, mas o filme exagera no tom sério e reflexivo, deixando o terror e a ação em segundo plano.
E falando em lobisomens: cadê os sustos? Cadê o impacto da transformação? Whannell opta por efeitos práticos e uma abordagem "realista", mas o resultado é tão discreto que você nem sente o peso da maldição. Um pouco mais de sangue e impacto visual não faria mal.
O elenco é forte, com Julia Garner como a esposa Charlotte tentando manter tudo sob controle enquanto a família enfrenta o caos. Mas o roteiro não ajuda, entregando diálogos que soam mais como sessões de autoajuda do que algo que te deixe na ponta do sofá.
No final, "Lobisomem" tenta ser profundo e acaba sendo entediante. Há uma luta interessante entre lobisomens no clímax, mas, fora isso, o filme se arrasta, e o suspense nunca realmente decola.
"Lobisomem" estreia nesta quinta-feira (16) nos cinemas de todo Brasil.
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