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viniciusarauujo

Crítica | Instinto Materno


O exemplo perfeito de Gaslight: Instinto Materno.


Em "Instinto Materno" somos levados a acompanhar duas famílias, dois casais, amigos unidos mas solitários, que compartilham a alegria de terem filhos pequenos da mesma idade. Max e Theo cresceram juntos como irmãos, até que uma tragédia atinge ambas as famílias. Celine (interpretada por Anne Hathaway), mãe de Max, se vê tomada pela amargura e tristeza, enquanto Alice (interpretada por Jessica Chastain), mãe de Theo, é consumida pela culpa de não ter feito mais para evitar a tragédia. Celine acredita que sua amiga não se esforçou o suficiente para salvar seu filho, enquanto Alice suspeita que sua amiga não está em seu juízo perfeito e representa uma ameaça para seu marido e filho. A tensão cresce à medida que elas começam a duvidar da lealdade uma da outra, e a amizade que antes era inabalável começa a ruir em meio a tanta desconfiança.


O filme definitivamente não promete reinventar a roda, mas cumpre o que se propõe a trazer. Seus personagens são complexos e, à medida que a trama se desdobra, percebemos que nem tudo é o que parece. Além do mistério sobre a morte da criança, há um mistério sobre a amizade entre as duas. Para aqueles de nós que já viram suspenses psicológicos suficientes, o revelador é claro, pois muitos clichês do gênero estão sendo usados. Acho que a mensagem principal sobre até que ponto o instinto da maternidade realmente nos faz boas mães é a que sentimos o filme transmitir continuamente na tela. Ao examinar as duas mães, vemos duas mulheres muito parecidas, mas também enxergamos as diferenças entre elas, na maneira de como elas vivem, frustrações, deveres ou até mesmo no sentimento de prisão e monotonia do dia a dia de uma dona de casa, cujo único emprego é ser mãe.



O filme traz um artifício comum nos thrillers de suspense psicológico: o desequilíbrio emocional. Alice carrega consigo traumas do passado, relacionados à perda de seus pais, enquanto Celine enfrenta o luto recente pela morte do filho. Esse contexto faz com que o público questione constantemente a veracidade das narrativas das personagens, que por sua vez, buscam incansavelmente provar a legitimidade de suas versões dos acontecimentos. Destaco as performances das protagonistas como o ponto alto do filme. Anne Hathaway e Jessica Chastain conseguem criar um clima de tensão quase palpável em suas atuações, prendendo a atenção do espectador e mantendo-o imerso na trama. Um destaque adicional vai para o estranhamente cativante Eamon Patrick O' Connell, que dá vida ao personagem Theo, filho de Alice.


No mais, o filme é um clichê psicológico muito bem executado. Ele oferece uma experiência satisfatória em todos os aspectos: desde o roteiro até a montagem, passando pelas atuações e pela fotografia. Como costumo dizer, uma história clichê bem contada e interpretada vale mais do que uma trama totalmente inédita. "Instinto Materno" estreia nos cinemas de todo o Brasil em 28 de março, e posso garantir que vale a pena reservar um tempo para assistir essa obra nas telonas.




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