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Vinícius Araújo

E finalmente chegamos ao fim das Olimpíadas. Digo finalmente, mas já com saudades.

Antes de tudo, muitos tinham medo. Sejam brasileiros ou gringos. Medo de não ser como o planejado. Medo de terroristas, de assaltos, de alguma estrutura cair e machucar alguém. Medo do Zika vírus. Não vimos bombas sendo ativadas e destruindo algo. Assaltos foram poucos, o normal de qualquer lugar. No final, deu tudo certo. Alguns gringos até se assustavam quando viam alguém tossindo, mas era apenas mudança climática que nos surpreendeu na última semana com sol e frio, ventania e chuva, em mudança contínua.

O preço de comidas e bebidas estava caro, ingressos para assistir ao Bolt correndo durante 10 segundos era mais que o valor do salário de muitos, mas as arquibancadas estavam cheias e as lanchonetes e bares lucraram bastante. Mês que vem damos um jeito em pagar o nosso cartão de crédito.

Conversei com bastante gente de fora e nenhuma reclamou de nada. Eram só elogios, comparações e sorrisos. Muitos brincavam sobre o meu nome ser o mesmo do mascote das Olimpíadas. Muitos elogiaram o meu inglês, que eu nem sabia que tinha. Muitos diziam já estar sentindo falta, pois em poucos dias teriam que voltar para casa.

Caça aos pins!!! Se você não vivenciou isso, você não saberá o quanto é bom. Pins são os broches que muitas delegações, ou apenas turistas, trazem de seus países para distribuírem ou trocarem com outras pessoas. Sejam elas atletas ou torcedores. TODOS os gringos que passavam na minha frente eu pedia pin hahaha. Já estou com saudades de parar uma atleta dentro do elevador "Hi. Do you have a pin?".

Vimos nossos atletas arrasando em suas modalidades. Ganhamos poucas medalhas, mas mostramos que somos guerreiros. Mostramos humildade, simpatia, amizade, felicidade. Ensinamos a sambar, áqueles que não sabiam. Mostramos que, mesmo em tempos de crise, a alegria de um evento tão grande, contagia a qualquer um. Até mesmo quem estava de casa assistindo.

E a derrota do Brasil na Alemanha? Não foi 7x1, mas foi um jogo bem emocionante, onde todos deram o seu melhor e, no final o país inteiro vibrou de emoção. Eu fiquei arrepiado, chorei, gritei em todos os jogos e apresentações do Brasil. Não chorei pela derrota na Alemanha, pelo Thiago Braz ganhando no salto com vara, pelos meninos da ginástica no pódio, mas sim pelo esforço que todos deram, por ver em seus rostos o medo de início e a felicidade em lágrimas no final.

A emoção também veio de fora. Phelps no pódio com os olhos cheios d'água e o apresentador dizendo "Os deuses também choram". Bolt vencendo as corridas e sempre com um sorriso no rosto (o que nos rendeu vários memes haha).

Era contagiante a alegria de todos no metrô, BRT, ônibus e nos próprios lugares de jogos. Um gritava e todos o acompanhavam. Um abraçava alguém e todos corriam para abraçar também. Além de jogos, tivemos uma festa.

Muitos já foram embora e levaram consigo a saudade. Saudade essa que muitos não conheciam, por não terem em seu vocabulário, mas que passará a fazer parte se sua vida após esses dias maravilhosos da Rio 2016.

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